O estilo Cyberpunk está em alta, e a Devolver Digital decidiu investir em um projeto da Reikon Games e trouxe RUINER para o Nintendo Switch. Um jogo que vai desafiar todas as suas habilidades com seu gameplay totalmente assimétrico e complexo, mas que faz jus à proposta de sua história.
Logo no começo do jogo você se vê no controle de um personagem que, entre idas e vindas de uma conexão muito ruim com um superior que o concede ordens, deve obedecê-las para alcançar um objetivo específico. É o jogo, de forma bem inteligente, oferecendo um tutorial ao jogador, afinal de contas ele terá muito o que aprender, ao mesmo tempo em que já te joga no meio da ação.
Estas ordens, portanto, vão te ensinando o básico [o intermediário e o avançado] do jogo. Você aprende a atirar, trocar armas, se defender, utilizar o escudo, se esquivar dos inimigos, e a controlar uma habilidade de dash que será de extrema importância para sua sobrevivência durante essa jornada sangrenta. O dash permite que o tempo pare por uma fração de segundos e você possa posicionar seu personagem exatamente onde você precisa para atacar alguns inimigos.
E é exatamente aí que o jogo vai exigir tudo o que você tem e um pouco mais. Parece extremamente prazeroso e fácil com essa descrição “parar o tempo por um milésimo de segundo e posicionar seu personagem etc etc”, mas é bem mais complicado e frenético do que parece.
Porque apesar da história envolta em mistérios, visual incrível e personagens interessantes, é no gameplay que o jogo se destaca. Você controla a direção que o personagem irá andar com o direcional direito, e o movimenta com o esquerdo. Isso é comum em muitos jogos de ambientação 3D, e é um estilo de controle fácil de se habituar. Mas em RUINER, esse tipo de movimentação deve ser feita em um jogo com perspectiva top-down.
E é aí que o “bicho pega”, porque além de ser bastante vertiginoso, com a mistura do estilo de controle com todos os estímulos visuais dos cenários, é bem desafiador ter um controle total do personagem, e executar as dezenas de comandos que você vai aprender, com a variedade de armas que aparecem à sua disposição.
Enquanto você anda pelo cenário, está tudo bem em ficar fora de controle, andar de costas, de lado, porque você ainda não se habituou a direcionar o personagem por ruas fechadas e cheias de itens e NPCs. Mas durante as batalhas, qualquer erro vai custar a vida do seu personagem, e você se vê obrigado a aceitar o desafio proposto pelos desenvolvedores e dominar totalmente os controles do game.
Você começa o jogo no controle de um personagem que os outros personagens chamam de Puppy, e recebe ordens de uma entidade misteriosa que se auto-intitula de Wizard, e deve encontrar e eliminar o Boss. Durante sua aventura pela cidade de Rengkok, você vai descobrindo todas as camadas por trás desse personagem que você está controlando, e porque ele aceita as ordens desses superiores que normalmente consistem em eliminar figuras poderosas da metrópole.
E nem sempre de combate vai viver seu personagem. Você tem que explorar as ruas da cidade, conversar com personagens, hackear portas para conseguir acesso a alguns lugares, procurar armas e itens que vão ajudar na sua progressão, e algumas vezes fazer tudo isso ao mesmo tempo enquanto tem que eliminar hordas de inimigos que não param de aparecer [e eu não estava brincando quando disse: DOMINE OS CONTROLES].
O jogo tem um estilo visual único, com destaque de cores quentes, que combina com seu visual frenético e com a estética cyberpunk de seus cenários e personagens. As músicas podem não ser inesquecíveis e/ou ficar na sua cabeça além do gameplay, mas são pontuais em acompanhar e dar vida às batalhas, que são mais frequentes do que você talvez precise de tempo para pegar um fôlego.
Não sei se eu chamaria o game de difícil, mas sim de desafiador, porque ele te dá a oportunidade de aprender ao mesmo tempo em que te desafia a dominá-lo. Existe uma relação de controle que o jogo possui sobre o jogador no início, e deu desafio é virar essa situação, e chegar ao final com você tendo controle sobre ele. E essa oportunidade é oferecida de forma inteligente e eficiente a todos que tentarem se aventurar por RUINER.
Mais uma vez o dedo mágico da Devolver para escolher bons projetos rendeu bons frutos.
Esta análise foi feita com código gentilmente cedido pela Devolver Digital.

Hylian. Mas talvez seja um Kokiri…
ou um Korok.